Segundo ela, tudo começou quando ela decidiu tomar um novo rumo da vida, e a maior inspiração foi seu próprio cão, o Chopp, um Golden Retriever que vive com ela e seu companheiro Vinícius há quatro anos.

“A ideia surgiu a partir de um desejo de mudança no nosso estilo de vida. Nós estávamos morando em São Paulo, na época. Pela rotina vivida, Vinicius acabou adoecendo, teve um quadro de ansiedade e eu estava vivendo uma vida totalmente dedicada a trabalhar. Refletimos em certo momento sobre a vida que estávamos levando e nos inspiramos no estilo de vida que o Chopp leva e como ele tem nos ensinado a viver mais leves e mais voltada ao presente. Assim, nos inspiramos nele e, ao mesmo tempo quisemos homenageá-lo nesta expedição, dedicando este tempo a ele, para apresentar o mundo ao nosso cão”, disse Thalia.

Formada em Turismo pela UFMA, Thalia se especializou em gestão de projetos e relações internacionais e estava trabalhando em uma ONG internacional. Já seu companheiro, Vinicius, é formado em Direito e trabalhou na área corporativa por muito tempo até decidir tirar um ‘ano sabático’.

“Ambos abrimos mão da estabilidade de uma vida “comum” de trabalho para seguirmos esta viagem. Nos planejamos antes. Nosso planejamento envolveu detalhamento financeiro, de pesquisa dos locais por onde passamos e de estudo estratégico de parceiros. Nos desfizemos de nosso apartamento, vendemos praticamente tudo que tínhamos e trocamos de carro. Atualmente, praticamente tudo que temos está conosco nesta viagem e nossa casa tornou-se o mundo”, relata a viajante.

A viagem do casal com o Chopp começou em agosto de 2020. Mas, antes disso, o casal fez uma viagem ‘teste’ de São Paulo até Buenos Aires, na Argentina, e passando pela costa do Uruguai.

Depois disso, os três já passaram por todos os estados do sul e sudeste do Brasil, sendo 28 cidades ao todo. No último sábado (13), a história da Thalia e o Chopp também foi destaque no Repórter Mirante, na TV Mirante.

A adaptação do Chopp para as viagens não chegou a ser um problema. O frio tem sido o maior desafio para o casal, especialmente no sul do Brasil. Em geral, o Chopp tem se adaptado a qualquer ambiente, segundo Thalia.

“Uma maranhense e um carioca no meio do frio não combina. Nós saímos com apenas dois cobertores, e um certo dia a temperatura caiu a zero grau. Batemos queixo a noite inteira. O único que adorou o frio foi o Chopp. Este perrengue foi bom, pois acabou nos preparando e nos fazendo tomar algumas decisões para o futuro. Hoje, estamos mais equipados e preparados”

“A viagem teste que fizemos fez boa diferença para isso, mas também equipamos e preparamos o carro para que ele [Chopp] se sinta confortável durante toda a viagem. Além disso, nós temos algumas regras de viagem para evitar o estresse dele, como viajar até 300 km por dia apenas, para que ele não fique muito tempo dentro do carro. A única dificuldade que tivemos foi ao redor da nossa barraca de teto, que fica suspensa sobre o carro. Chopp não gostava muito de dormir, subir ou descer da barraca, então nós trocamos a barraca de teto por uma barraca de chão”, contou.

Para Thalia, o ‘objetivo final’ de toda essa expedição é enxergar o mundo por outras lentes e viver uma vida mais voltada ao presente.

“Em pouco tempo, já nos consideramos pessoas diferentes e já chegamos a algumas conclusões importantes sobre apego a coisas materiais e como pudemos nos realizar com pouquíssima coisa. Aprendemos que a vida é agora e realmente não temos controle do amanhã. Então, com responsabilidade, estamos buscando viver o máximo cada dia”, declara Thalia.

Atualmente, o casal e o Chopp estão em Florianópolis, Santa Catarina. O roteiro futuro envolve visitar a parte sul e sudeste do Brasil por mais um mês e, em seguida, partir para a parte internacional da viagem, começando pelo Paraguai.

Depois, o trio pretende ir até a Colômbia, despachar o carro de navio para o Panamá, e em seguida partir em direção ao Alaska, nos Estados Unidos.

O Maranhão também fará parte do roteiro, na volta do Alaska. No total, Thalia, Vinícius e o Chopp planejam passar por, pelo menos, 16 países.