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Polícia

Dia Internacional da Mulher: Polícia Civil faz megaoperação para prender agressores

Na manhã desta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, o Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) deflagrou a Operação Resguardo, a maior ação de combate a crimes de violência contra a mulher do Brasil. No Rio de Janeiro, os agentes devem cumprir 258 medidas cautelares e protetivas, além de mandados de prisão. Segundo a Polícia Civil, são 98 mandados de prisão expedidos pela Justiça do Rio contra agressores. Até as 12h20, 73 homens haviam sido presos, acusados de crimes como estupro e agressão.

A operação é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi-MJSP), e tem desdobramentos nos 26 estados do país e no Distrito Federal. Os mandados também estão também estão cumpridos no Paraná, Sergipe e Bahia. Desde o início de 2021, a força-tarefa já prendeu quase 8.300 homens e emitiu 51 mil medidas protetivas em todo o país.

A ação integrada teve início no dia 1º de janeiro de 2021 em todo o Brasil. Desde então, a Polícia Civil do Rio apurou mais de 30.986 denúncias que culminaram na instauração de 7.327 inquéritos policiais, 212 mandados de prisão e 353 cumprimentos de mandados judiciais. Já foram atendidas mais de 36.390 mulheres vítimas de violência, e 1.367 agressores foram presos em todo o estado.

Para a delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas, coordenadora do DGPAM, “essa operação tem uma função simbólica e repressiva”:

— Desde janeiro estamos reunindo dados de violências domésticas e inserindo-os em uma base nacional. Hoje, simbolicamente, estamos fazendo essa operação. Fazemos isso hoje porque o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta por igualdade. E o grande problema, a base da violência contra a mulher, está na profunda desigualdade entre sexo, onde as mulheres são todas tratadas como objetos e, portanto, sujeitas a punições através de castigos e mortes pelo feminicídio. Essa visão patriarcal de que a mulher é objeto e prioridade do homem é a base de toda a violência. Queremos combater a extrema desigualdade que resulta nessas violências — afirma a delegada.

Atualmente, existem 14 DEAMs nos 92 municípios do Rio. Segundo a delegada, os maiores registros de agressão conta mulheres são por lesão corporal e ameaça.

— Sabemos que tem uma série de violências que elas não compreendem como violência. Tudo começa como algo muito simples. A Maria da Penha diz que a violência começa com um grito e termina na morte. Queremos evitar a morte — diz Ornellas.

 

A Polícia Civil alerta que qualquer mulher que esteja sofrendo algum tipo de violência pode ligar para o número 197.

— Quando a mulher tiver dúvida, pode ligar para esse número. Ele cairá direito aqui no departamento e daremos todas as dicas necessárias para essa mulher que está sofrendo. Pedimos que denunciem — apela a delegada.

Facadas, socos e pontapés

Um homem de 65 anos que estava foragido desde 2012 está entre os presos. Ele foi detido no Abrigo Cristo Redentor, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. De acordo com a Polícia Civil, o homem é acusado de abusar da enteada de 12 anos na Cidade Alta, em Cordovil, em 2009.

No dia do crime, segundo relatos da mãe da criança, dormiam na casa um menino de 14, uma criança de 12 e um bebê de quatro meses. Durante a madrugada, segundo a então companheira do acusado, ele saiu da cama e foi molestar a menina que dormia na sala. A mãe da crianças achou estranho a demora e foi ver o que estava acontecendo. Ao entrar no local, flagrou a cena de abuso.

Hoje, debilitado, o homem recebe atendimento no abrigo onde vive atualmente. O acusado foi condenado a 12 anos de prisão no regime fechado.

Outro preso na operação desta segunda-feira é um homem de 29 anos acusado de agredir a ex-companheira com facadas, socos e pisões na cabeça. A tentativa de feminicídio aconteceu em 2019, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. A mulher, de 40 anos, teve a mandíbula fraturada e ficou internada por vários dias. O acusado estava foragido desde abril.

Mesmo sendo procurado pela tentativa de feminicídio, no ano passado o homem agrediu a atual companheira, uma mulher de 32, com socos e pontapés. Nest manhã, ele foi preso em Bangu, na Zona Oeste.

É importante denunciar

Para a delegada Fernanda Fernandes, titular da Deam de Caxias, muitas mulheres não avisam a Polícia Civil sobre acusados que descumprem decisões judiciais. A policial pede que as vítimas voltem a acionar a delegacia sempre que sofram novas ameaças.

— É importante que as vítimas retornem à delegacia caso o criminoso descumpra a medida protetiva. Muitas delas acham que quando o agressor volta a ameaça-las não precisam avisar a polícia — explica.

Para Sandra Ornellas, “o feminicídio independe de classe social”.

— Esse crime independe da pessoa ser rica ou pobre. Olha o caso da juíza. O agressor era um engenheiro — diz.

Segundo o Instituto de Segurança Pública, entre os anos de 2018 e 2020, cerca de 43% dos feminicídios — homicídio doloso — se concentram nas zonas Oeste e Norte do Rio.

Ainda de acordo com os dados, entre as 92 cidades do estado, o município do Rio lidera o ranking de homens que agridem ou matam mulheres. Cidades da Baixada Fluminense vêm logo em seguida na posição do relatório.

— As cidades do Rio e da Baixada são as regiões onde as mulheres mais procuraram para denunciar — completa Ornelas.

 


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