A defesa de Leonardo de Lima Borges Lins, conhecido como Leo Lins, chamou de censura a condenação dele na Justiça por proferir discursos preconceituosos contra diversas minorias durante um show gravado em 2022. O humorista foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão em regime fechado, em decisão de primeira instância da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Para os advogados do humorista, a sanção equivale “às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco”. Leo Lins foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por falas veiculadas em um vídeo de uma de suas apresentações. O conteúdo foi publicado no YouTube em 2022.
O réu também terá que pagar multa equivalente a 1.170 salários mínimos (valor da época da publicação das imagens), aproximadamente R$ 1,4 milhão, além de indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Cabe recurso contra a sentença.
O vídeo que gerou a condenação de Leo Lins foi gravado em 2022, durante show chamado “Leo Lins – PERTURBADOR”. Nele, o comediante profere uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, pessoas que vivem com HIV, indígenas, nordestinos, judeus, evangélicos, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIA+.
Em agosto de 2023, segundo o processo, a publicação já ultrapassava 3 milhões de visualizações quando foi suspensa por decisão judicial. A sentença destaca que a disponibilização do vídeo na internet e a grande quantidade de pessoas que foram atingidas pelas supostas piadas foram fatores considerados para a pena aplicada.