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Política

Ministro Lewandowski quer limitar uso de redes sociais para Bolsonaro

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que um presidente da República precisa agir em suas redes sociais com “moderação e responsabilidade”. A manifestação foi feita no voto do ministro em uma ação apresentada pelo PSOL e julgada no plenário virtual do STF.

Na ação, o partido pede o reconhecimento pelo Supremo de que o presidente da República Jair Bolsonaro descumpriu “abertamente”, em manifestações públicas, o princípio de que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”.

“Por isso, é preciso que todos aqueles que delas participem ajam com moderação e responsabilidade, notadamente o Presidente da República, devendo suas manifestações refletir, sempre e necessariamente, o elevado múnus público do qual está investido”, disse o ministro.

Sem citar diretamente Bolsonaro, Lewandowski votou a favor de que o Supremo possa fazer o controle de postagens com discursos políticos.

O ministro afirmou ainda que as redes sociais tendem a amplificar o fenômeno da polarização de grupo por conta do relativo anonimato que lhes é característico.

Lewandowski disse também que as redes ganham maior relevância no debate público, sendo que as participações de autoridades governamentais adquirem caráter oficial, sobretudo quando tratam de temas de interesse da coletividade.

Para o ministro, a polarização de grupo “numa república plural e democrática como se pretende que seja a nossa, não é difícil perceber que todo e qualquer pronunciamento governamental, sobretudo quando amplificado pela utilização maciça de redes sociais, pode estimular reflexões, comportamentos, e até mesmo influenciar atitudes de violência e desrespeito aos princípios fundamentais”.

Lewandowski defendeu também que a Justiça pode julgar discursos políticos que incentivam a polarização e que atacam instituições que são pilares da democracia — como a classe política, os meios de informação, o Congresso e o próprio Judiciário.

“O discurso político tendente à polarização — ou seja, aquele que, sob pretexto de defesa da democracia, ataca pilares importantes dela, tais como a classe política, os meios de informação midiáticos, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário, disseminando desinformação e desconfiança, interditando o diálogo público, subvertendo as instituições democráticas e corroendo o Estado de Direito – deve sujeitar-se ao crivo do Poder Judiciário”, escreveu o Lewandowski.

Dessa forma, o ministro votou por aceitar a ação. Além dele, também já votaram a ministra Rosa Weber, que é a relatora, e o ministro Alexandre de Moraes, no entanto, os dois entenderam que a ação deveria ser rejeitada.

Segundo Rosa Weber, “transgressões pontuais e episódicas aos princípios e regras constitucionais, praticadas por autoridades públicas ou particulares, ocorrem com frequência no universo fenomênico e exigem a intervenção judicial reparadora, em caráter preventivo ou repressivo, diante de situações concretas e específicas”.

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